
Há muito tempo atrás, antes dos deuses nascerem, lá onde hoje é a praia de Itaguaçú, existia um lindo gramado onde pessoas, bichos e elementos se reuniam para fazer festas, piqueniques, ou simplesmente passear.
Nesse tempo o Gigante ainda não estava adormecido, mas já era o protector da ilha e de todas as pessoas que ali se divertiam.
Um dia foi organizada uma grande festa naquele local, para a qual foram convidadas as pessoas, os bichos e os elementos das matas, das águas e do fogo.
Havia sereias, lobisomens, duendes, silfos, salamandras, vampiros, homens, mulheres, tartarugas, ursos, elefantes marinhos, focas, etc.…
Todos vinham pelo caminho sagrado, chamado de “Caminho das Furnas”, que existia entre o Abraço e o Itaguaçu, passando pelo Bom Abrigo, lá onde o velho sábio fica sentado vendo todo o mundo passar.
Nesse tempo o Gigante ainda não estava adormecido, mas já era o protector da ilha e de todas as pessoas que ali se divertiam.
Um dia foi organizada uma grande festa naquele local, para a qual foram convidadas as pessoas, os bichos e os elementos das matas, das águas e do fogo.
Havia sereias, lobisomens, duendes, silfos, salamandras, vampiros, homens, mulheres, tartarugas, ursos, elefantes marinhos, focas, etc.…
Todos vinham pelo caminho sagrado, chamado de “Caminho das Furnas”, que existia entre o Abraço e o Itaguaçu, passando pelo Bom Abrigo, lá onde o velho sábio fica sentado vendo todo o mundo passar.

Tudo isso era preparado e transportado por pessoas especiais ( mulheres grávidas ou jovens virgens) para não macular os alimentos que eram servidos.
Trazia-se em balaios ou em peneiras de taquaras (ripa ou lasca de bambu) e cipós extraídos da mata na primeira lua cheia do verão, e tecido antes que a boca da noite findasse, e eram carregados sobre as suas cabeças para energizar os alimentos.
Mas para esta grande festa, o Tibinga, vulgo Coisa Ruim, Diabo, Demónio, etc., não foi convidado, o que o deixou muito furioso.
Assim que começaram os preparativos para esta grande festa, o Gigante sentou-se ao pé do Cambirela para apreciar o movimento.
Via-se uma mulher grávida trazendo um balaio na cabeça com frutas madurinhas e deliciosas.
Mais adiante via-se um casal de jovens, um indo outro vindo da mesa, onde depositavam as frutas e doces. A rapariga vinha com um balaio sobre a cabeça e o jovem, como já tinha deixado os doces, trazia a sua peneira emborcada sobre a cabeça.

Acompanhou também os passinhos lentos e curtos do ursinho que tentava chegar à festa e se espantou com o carinho das morsas.
Depois disso resolveu tirar um cochilo e foi deitar-se.
Junto à mesa um negro tocava um orocongo e ao longe ouvia-se o som de uma rabeca.
Aquela música foi como uma canção de embalar para o Gigante, que adormeceu recostado nas montanhas.

Ao despertar, o Gigante olhou para o gramado e espantou-se ao ver que tudo ali se tinha transformado em pedra; não viu mais os seus amigos: tudo se tinha transformado.
Olhou as tartarugas, o leão marinho e a coruja, totalmente petrificados.
Lá no meio do caminho o pobre ursinho também era pedra; as morsas, que já estavam quase lá, também ficaram petrificadas; a mulher a as crianças também.
- Meu Deus, até o velho sábio? – exclamou o Gigante, tristonho. Tudo e todos viraram pedras, e nunca mais os verei aqui no gramado, não haverá mais alegria neste lugar, e nunca mais falarei com os meus amigos.
O Gigante ficou muito triste, sentou-se ao pé do morro e chorou; chorou muito; chorou tanto que as suas lágrimas encheram toda a região e transformaram tudo em mar.
O Gigante ficou tão triste e desiludido que se deitou para nunca mais se levantar.
E quem olhar para os lados do Cambirela ainda verá o nosso amigo Gigante dormindo.
Para nós ficou a esperança de termos de volta o lindo gramado e também o sorriso alegre do Gigante, que, mesmo adormecido por entre os morros, ainda espalha a sua protecção sobre a ilha e os seus moradores.
E dizem que em noite de lua cheia ainda se ouve o gemido das pedras clamando para voltar à vida.
Baseado na lenda da praia de Itaguaçú.
Itaguaçu é um bairro da cidade brasileira de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Está situado na porção continental do município, ao sul, entre os bairros de Coqueiros e Bom Abrigo e a Baía Sul. O nome Itaguaçu é de origem tupi e quer dizer literalmente "Viveiro de Pedras Grandes" ou "Lugar onde há Pedras Grandes". Estas pedras constituem interessantes formações de granito à beira da praia de Itaguaçu e em meio ao mar da Baía Sul, havendo mesmo uma lenda que conta de bruxas que teriam sido petrificadas, dando origem às pedras, uma das quais parece ter um chapéu, e também há um conjunto de 6 pedras que formam um tipo de um círculo com uma sétima pedra no meio (alusão a ritual satânico)…
Existem pequenas praias urbanizadas nas quais alguns bares e restaurantes são especialmente agradáveis pela vista que se descortina, o que faz com que haja um bom movimento. Na praia há um deck de madeira. Infelizmente a balneabilidade destas praias não é recomendável devido à poluição, pois, embora haja rede de esgotos na região, ela não atende a contento, havendo muitas ligações clandestinas às galerias de águas pluviais.
