Em 1114 conheceu Heloísa, à data com 14 anos, rendendo-se aos seus encantos.
Veja a trágica história de amor que ambos viveram.
ABELARDO E HELOÍSA
O romance entre Heloísa e o filósofo Pedro Abelardo iniciou-se em Paris, no período entre o final da Idade Média e o início da Renascença.
Abelardo havia sido recentemente contratado pela Escola Catedral de Notre Dame, tornando-se, em pouco tempo, muito conhecido por admirar os filósofos não cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica.
Heloísa, que já ouvira falar de Abelardo e se interessava pelas suas teorias polémicas, tentou aproximar-se dele através dos seus professores. Mas as suas tentativas foram em vão.
Uma tarde, Heloísa saiu para passear com a sua criada Sibyle, e aproximou-se de um grupo de estudantes reunidos em torno de alguém.
O seu chapéu foi levado pelo vento, indo parar precisamente nos pés do jovem que era o alvo das atenções, o mestre Abelardo.
Ao escutar o seu nome, o coração de Heloísa disparou!
Ele apanhou o chapéu e, quando Heloísa se aproximou para o pegar, ele logo a reconheceu como Heloísa de Notre Dame, convidando-a para juntar-se ao grupo.
Risos jocosos foram ouvidos, mas cessaram imediatamente quando os dois se olharam.
Heloísa colocou o seu chapéu, fez uma reverência a Abelardo, e retirou-se.
Desde esse encontro, porém, Heloísa não conseguiu mais esquecer Abelardo.
Fingiu estar doente, dispensou os seus antigos professores, e passou a interessar-se pelas obras de Platão e Ovídio, pelo Cântico dos Cânticos, pela alquimia e pelo estudo dos filtros, essências e ervas.
Ela sabia que Abelardo seria atraído pelas suas actividades e viria até ela.
Quando ficou sabendo dos estudos de Heloísa, conforme previsto por ela, Abelardo imediatamente a procurou.
Abelardo tornou-se amigo de Fulbert de Notre Dame, tio e tutor de Heloísa, que logo o aceitou como o mais novo professor da sua sobrinha, hospedando-o em sua casa, em troca das aulas nocturnas que ele lhe daria.
Em pouco tempo essas aulas passaram a ser ansiosamente aguardadas, e, sem demora, contando com a confiança de Fulbert, passaram a ficar a sós.
Fulbert ia dormir, e a criada retirava-se discretamente para o quarto ao lado.
Em alguns meses conheciam-se muito bem, e só tinham paz quando estavam juntos.
Um dia Abelardo tirou o cinto que prendia a túnica de Heloísa, e os dois amaram-se.
A partir desse momento Abelardo passou a desinteressar-se de tudo, só pensando em Heloísa, descuidando-se das suas obrigações como professor.
Os problemas começaram a surgir. Primeiro, esse amor começou a esbarrar nos conceitos da época, quando os intelectuais, como Heloísa e Abelardo, racionalizavam o amor, acreditando que os impulsos sensuais deveriam ser reprimidos pelo intelecto.
Não havia lugar para o desejo, que era um componente muito forte no relacionamento dos dois, originando um intenso conflito para ambos. Ao mesmo tempo, Sibyle, a criada, adoecera, e uma outra serva que a substituíra encontrou uma carta de Abelardo dirigida a Heloísa, e a entregou a Fulbert, que imediatamente expulsou Abelardo.
No entanto isso não foi suficiente para separá-los.
Heloísa preparou poções para seu tio dormir, e, com a ajuda da criada Sibyle, Abelardo foi conduzido ao porão, local que passou a ser o ponto de encontro dos dois.
Uma noite, porém, alertado por outra criada, Fulbert acabou por descobri-los.
Heloísa foi espancada, e a casa passou a ser cuidadosamente vigiada.
Mesmo assim o amor de Abelardo e Heloísa não diminuiu, e eles passaram a encontra-se onde pudessem: sacristias, confessionários e catedrais, os únicos lugares que Heloísa podia frequentar sem acompanhantes a seu lado.
Heloísa acabou engravidando, e para evitar aquele escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, no interior da França.
Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados da sua irmã, e voltou a Paris;
mas não aguentou a solidão que sentia longe da sua amada, e resolveu falar com Fulbert para pedir o seu perdão e a mão de Heloísa em casamento.
Surpreendentemente Fulbert perdoou e concordou com o casamento.
Ao receber as boas novas, Heloísa deixando a criança com a irmã de Abelardo, voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia.
Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem sequer trocar alianças ou um beijo na frente do sacerdote.
O sigilo do casamento não durou muito, e logo começaram a zombar de Heloísa e da educação que Fulbert lhe dera.
Ofendido, Fulbert decidiu pôr um fim naquilo tudo. Contratou dois carrascos e pagou-lhes para invadirem o quarto de Abelardo durante a noite e arrancar-lhe o membro viril.
Após essa tragédia Abelardo e Heloísa jamais voltaram a falar-se.
Ela ingressou no Convento de Santa Maria de Argenteuil, em profundo estado de depressão, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias das melhores do seu amado iam surgindo.
Para tentar amenizar a dor que sentiam pela falta um do outro, ambos passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho.
Abelardo construiu uma Escola Mosteiro ao lado da Escola Convento de Heloísa. Viam-se diariamente, mas nunca se falavam. Apenas trocavam cartas apaixonadas.
Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem. Faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa das suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo.
Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo para ali depositarem Heloísa, encontraram o seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando a chegada de Heloísa.
Em 1817 os restos mortais dos dois amantes foram levados para o cemitério do Padre Lachaise.

Veja a trágica história de amor que ambos viveram.
ABELARDO E HELOÍSA
O romance entre Heloísa e o filósofo Pedro Abelardo iniciou-se em Paris, no período entre o final da Idade Média e o início da Renascença.
Abelardo havia sido recentemente contratado pela Escola Catedral de Notre Dame, tornando-se, em pouco tempo, muito conhecido por admirar os filósofos não cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica.

Uma tarde, Heloísa saiu para passear com a sua criada Sibyle, e aproximou-se de um grupo de estudantes reunidos em torno de alguém.
O seu chapéu foi levado pelo vento, indo parar precisamente nos pés do jovem que era o alvo das atenções, o mestre Abelardo.
Ao escutar o seu nome, o coração de Heloísa disparou!
Ele apanhou o chapéu e, quando Heloísa se aproximou para o pegar, ele logo a reconheceu como Heloísa de Notre Dame, convidando-a para juntar-se ao grupo.
Risos jocosos foram ouvidos, mas cessaram imediatamente quando os dois se olharam.
Heloísa colocou o seu chapéu, fez uma reverência a Abelardo, e retirou-se.
Desde esse encontro, porém, Heloísa não conseguiu mais esquecer Abelardo.
Fingiu estar doente, dispensou os seus antigos professores, e passou a interessar-se pelas obras de Platão e Ovídio, pelo Cântico dos Cânticos, pela alquimia e pelo estudo dos filtros, essências e ervas.
Ela sabia que Abelardo seria atraído pelas suas actividades e viria até ela.
Quando ficou sabendo dos estudos de Heloísa, conforme previsto por ela, Abelardo imediatamente a procurou.
Abelardo tornou-se amigo de Fulbert de Notre Dame, tio e tutor de Heloísa, que logo o aceitou como o mais novo professor da sua sobrinha, hospedando-o em sua casa, em troca das aulas nocturnas que ele lhe daria.
Em pouco tempo essas aulas passaram a ser ansiosamente aguardadas, e, sem demora, contando com a confiança de Fulbert, passaram a ficar a sós.
Fulbert ia dormir, e a criada retirava-se discretamente para o quarto ao lado.
Em alguns meses conheciam-se muito bem, e só tinham paz quando estavam juntos.
Um dia Abelardo tirou o cinto que prendia a túnica de Heloísa, e os dois amaram-se.
A partir desse momento Abelardo passou a desinteressar-se de tudo, só pensando em Heloísa, descuidando-se das suas obrigações como professor.
Os problemas começaram a surgir. Primeiro, esse amor começou a esbarrar nos conceitos da época, quando os intelectuais, como Heloísa e Abelardo, racionalizavam o amor, acreditando que os impulsos sensuais deveriam ser reprimidos pelo intelecto.
Não havia lugar para o desejo, que era um componente muito forte no relacionamento dos dois, originando um intenso conflito para ambos. Ao mesmo tempo, Sibyle, a criada, adoecera, e uma outra serva que a substituíra encontrou uma carta de Abelardo dirigida a Heloísa, e a entregou a Fulbert, que imediatamente expulsou Abelardo.
No entanto isso não foi suficiente para separá-los.
Heloísa preparou poções para seu tio dormir, e, com a ajuda da criada Sibyle, Abelardo foi conduzido ao porão, local que passou a ser o ponto de encontro dos dois.
Uma noite, porém, alertado por outra criada, Fulbert acabou por descobri-los.
Heloísa foi espancada, e a casa passou a ser cuidadosamente vigiada.
Mesmo assim o amor de Abelardo e Heloísa não diminuiu, e eles passaram a encontra-se onde pudessem: sacristias, confessionários e catedrais, os únicos lugares que Heloísa podia frequentar sem acompanhantes a seu lado.
Heloísa acabou engravidando, e para evitar aquele escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, no interior da França.
Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados da sua irmã, e voltou a Paris;
mas não aguentou a solidão que sentia longe da sua amada, e resolveu falar com Fulbert para pedir o seu perdão e a mão de Heloísa em casamento.
Surpreendentemente Fulbert perdoou e concordou com o casamento.
Ao receber as boas novas, Heloísa deixando a criança com a irmã de Abelardo, voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia.
Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem sequer trocar alianças ou um beijo na frente do sacerdote.
O sigilo do casamento não durou muito, e logo começaram a zombar de Heloísa e da educação que Fulbert lhe dera.
Ofendido, Fulbert decidiu pôr um fim naquilo tudo. Contratou dois carrascos e pagou-lhes para invadirem o quarto de Abelardo durante a noite e arrancar-lhe o membro viril.
Após essa tragédia Abelardo e Heloísa jamais voltaram a falar-se.
Ela ingressou no Convento de Santa Maria de Argenteuil, em profundo estado de depressão, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias das melhores do seu amado iam surgindo.
Para tentar amenizar a dor que sentiam pela falta um do outro, ambos passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho.
Abelardo construiu uma Escola Mosteiro ao lado da Escola Convento de Heloísa. Viam-se diariamente, mas nunca se falavam. Apenas trocavam cartas apaixonadas.
Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem. Faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa das suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo.
Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo para ali depositarem Heloísa, encontraram o seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando a chegada de Heloísa.
Em 1817 os restos mortais dos dois amantes foram levados para o cemitério do Padre Lachaise.
Sepultura de Abelardo e Heloísa no cemitério do Padre Lachaise.

Morte de Heloísa

25 comentários:
Como sempre querida amiga, suas histórias são fantásticas, eu leio e releio e não me canso...Mais uma linda história...Beijocas
Querida amiga Mariazita!
O amor é sublime e capaz de superar todos os obstáculos!
Infelizmente para Abelardo e Heloísa não foi assim...
Sabemos, contudo, pela leitura e perfeita descrição da lenda, que foram muito felizes, mesmo que perseguidos e lutando contra a sua própria consciência.
O final do conto revela que o amor existe para além da morte!
Lindo!
Obrigada!
Beijinhos
Ná
Uma história cheia de ternura, sonho e contradições.
Muitas vezes a proibição de certos comportamentos, dá resultados contrários aos pretendidos.
O amor verdadeiro nunca para de lutar e criar novas maneiras de vencer e obter a felicidade.
Querida Mariazita
Uma história de amor bem contada...como sempre... que nos desperta a curiosidade até final...
O verdadeiro amor que tudo ultrapassa...até para além da vida!
Beijo carinhoso
Graça
Olá Mariazita!
Bonita a história, triste e trágica a realidade em que a mesma se baseia.
Como regra, é o lado trágico que tarnforma o que na base é "banal" em grandes histórias de amor; o que é simples parece nunca despertar o nosso interesse ...
Esta acabou mal, e de uma forma cruel, com esse malvado do Fulbert - e aqui vou brincar um bocadinho com o que é triste - a cortar o mal pela raíz ...
Beijinhos.
Vitor
Esta história é linda, linda, lindaaaaaaaa! Já vi o filme...Faz tanto tempo..Não me lembrava mais. E quando li o título tudo veio a lembrança. Obrigada, Mariazita!
Beijãooooooo amiga.
Mariazita querida
Que história maravilhosa!
Tristeza e tragédia... Mas não fossem esses dois ingredientes , não teríamos esta obra prima, não é mesmo? Muito emocionante!
E eu, aqui, emociono-me duplamente , porque tenho uma filha chamada Heloísa, que não vejo há muito tempo... Saudade dela! Mora no Japão...
Grata, querida amiga, por mais este momento tão especial ...
Grande abraço, todo entremeado de admiração!
*
os carrascos . . .
olha, amiga,
recordei, indignado,
a morte, á facada, de tres
mulheres, na ultima semana
em Portugal .
Uma boa sentença, seria !
,
conchinhas, ficam,
,
Uma grande e trágica história, hoje as histórias de amor, acabam nos advogados e em cada 10 casamentos há 8 divórcios, últimas estatísticas portuguesas ;)
Bjos
Querida Mariazita.
Esta triste história já faz parte de um dos meus blogs. No entanto o modo como a contas apresenta uma beleza que me encantou. Desde que conheci esta hiatória fiquei sempre com muita pena de Abelardo. O seu castigo foi demasiado trágico! E Heloisa, a quem foi tirado o seu amor, não mais saíu do convento.
É um prazer vir ao teu blog e ler histórias que apesar de conhecermos algumas nos dão sempre a alegria de as ler de novo. Digo alegria para não dizer tristeza.
Beijos
Milai
Querida amiga Mariazita, já conhecia a lenda de Abelardo e Heloísa, mas é sempre agradável rever... uma história linda e que demonstra que o amor predura para além de todas as contrariedades e mesmo para além da morte!
Tem um bom fim de semana, querida amiga.
Beijinhos
PS: Tenho um Selinho exclusivo para ti amiga, na galeria de selos, podes passar e pegar. ( entrada pela porta em movimento)
Amor tragico mas lindo, como pode alguem privar duas pessoas de se amarem e serem felizers.
Bj
Lindo!!!!
Obrigado minha linda pela visita.
Vc tá linda no perfil,chiquérrima.
Tá linnnnnnnnnnda.
Beijokas.
Mariazita
Gosto das histórias que você conta.
Sempre me encanto.
Com carinho
Um beijo
Fátima
Querida amiga Mariazita
las historias de amor son ricas de emociones y tienen algo muy especial.
Al final el amor es sinonimo de vida, por eso se consigue superar y amar, hasta lo imposible frente a los obstaculos que a veces se tienen por delante.
Te felicito, eres una experta en contarnos las historias.
muito obrigado é parabens!
feliz noite e tb Domingo
beijos de saudades
Se tivesse continuado com a Heloísa talvez não tivesse escrito as obras que escreveu.
Isso do corpo ainda estar intacto séculos depois é obviamente uma lenda sem fundamento. Uma lenda indigna de um filósofo de espírito crítico como Abelardo!
É o único na Idade Média que não é santo, o Vaticano não o apanhou. boa semana
Olá
Que bom ter vindo aqui!
É que já há muito tempo não ouvia falar desta história!
Foi muito bom recordar.
Obrigado e abraço
Hİ
Çok güzel site.:))
desconhecia esta linda historia,
o amor...
é lindo
antes e depois do tudo e do nada
abrazo serrano
Mariazita querida!
Hoje vim até aqui, já cá não vinha há muito tempo.
Não me agradeça nada, eu só vim porque prometi fazê-lo e porque me dava prazer.
Está-se bem na sua casa, mesmo sem a sua companhia...claro que com ela tudo é mais animado.
Se encontrar pó ...não ligue! A verdade é que eu odeio limpar pó e dar a ferro :))))))))))
Beijinhos
Ná
Uma história que prende até o fim. O amor e todas as suas implicações, alegrias, sofrimentos e esperanças.
Bjux
Que linda história de amor Mariazita. Li sem perder o fôlego minha amiga.
Espero mais histórias por aqui ef ico feliz de esar de volta e podermos nos deliciar com seus contos.
Beijos
Alams gemeas, laços selados de afetos.
Quem ousa os separar.
A vida sempre continua, não importa em que circunstância, almas queridas, sempre haverão de se encontrar, pois que elas se procuram...
Linda história de amor.
Feliz fim de semana minha amiga querida
Bjs
Livinha
Muito bonita a "estória".
Adoro lendas e também estes maravilhosos legados que a história nos deixou.
Tens bom gosto e muita sensibilidade. Neste mundo cão, onde só se fala de guerras é bom saber que o amor existiu desde os primórdios dos tempos.
Um beijinho Mariazita
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