A PRÓXIMA POSTAGEM SERÁ NO DIA 16 DE DEZEMBRO
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quarta-feira, 24 de junho de 2009

A PARTE MAIS IMPORTANTE DO CORPO

Quando eu era muito jovem, a minha mãe perguntou-me qual era a parte mais importante do corpo.

Eu achava que o som era muito importante para nós, seres humanos; então eu disse:
-As orelhas, mãe.



- Não, disse ela. Muitas pessoas são surdas...
Mas continua pensando sobre este assunto. Noutra oportunidade eu volto a perguntar-te.

Algum tempo se passou até que a minha mãe perguntou outra vez.

Eu tinha pensado bastante e imaginava ter encontrado a resposta correcta.
Assim, desta vez eu disse-lhe:
- Mãe, a visão é muito importante para todos; então devem ser os nossos olhos.


Eu tinha errado outra vez!

Ela olhou-me e disse:
- Estás aprendendo depressa, mas a resposta ainda não está correta, porque há muitas pessoas que são cegas...

Continuei a minha busca por conhecimento ao longo do tempo. A minha mãe voltou ao assunto várias vezes, mas a cada resposta minha, ela retrucava:

- Não...Mas tu estás ficando mais esperta a cada ano.

Então, um dia, o meu avô morreu. Todos estavam tristes. Todos choravam. Até mesmo o meu pai, que eu nunca tinha visto chorar. A minha mãe olhou para mim quando fui dar o meu adeus ao vovô, e perguntou-me:

- Então, já sabes qual é a parte do corpo mais importante?

Fiquei um tanto chocada por ela me fazer a pergunta justamente naquele momento. Sempre achei que era apenas um jogo entre nós duas.

- Hoje é o dia em que necessitas aprender esta importante lição, disse ela.

Olhou de um jeito que só uma mãe pode fazer, e falou:

- Minha querida, a parte do corpo mais importante são os teus ombros.



Intrigada, perduntei:
- Porque eles sustentam a minha cabeça?

- Não, respondeu ela, é porque podem apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.
Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento da sua vida.

Naquela ocasião eu descobri qual a parte do corpo mais importante. Descobri, também, a importância de ser "simpático" com a dor dos outros.
Porque, naquela hora, quem precisou de um ombro fui eu.



- Espero que tenhas bastante amor e amigos, e que os teus ombros estejam sempre à disposição quando alguém precisar – disse minha mãe.


Sempre que recordo este facto, lembro-me da seguinte citação:
“As pessoas esquecerão o que disseste... esquecerão o que fizeste… mas nunca esquecerão o que as fizeste sentir”


“Os bons amigos são como estrelas... nem sempre as podemos ver, mas sabemos que sempre estão lá.”

quarta-feira, 10 de junho de 2009

UM GRANDE AMOR

Stella estava sentada na sala. Era inverno. Mas o maior frio que ela sentia vinha de dentro. Da alma.

Jamais ela sentira tanto medo da tempestade, dos ventos gelados e da chuva. É que agora estava sozinha.
Seu querido David havia morrido há 3 meses. Ela jamais poderia imaginar que sentiria tanto a sua falta.

Desde que o diagnóstico de câncer terminal chegara, ela se preparara para a morte dele.
Ele também. Homem organizado, deixara toda a papelada em ordem.
Dinheiro não lhe faltaria para as necessidades. Ele pensara em tudo.
Mas a ausência dele era terrível.

Ao terceiro toque da campainha, ela se levantou para atender a porta.
Antes, olhou pela janela, um pouco desconfiada. Afinal, havia tantos assaltos…

Era um rapaz com uma caixa grande. Viu o carro de entregas estacionado em frente ao portão.
Abriu a porta e o ar gélido entrou, tomando conta da sala inteira.

É a senhora Araújo? -perguntou o funcionário.

Ao sinal afirmativo de Stella, ele pediu licença para entrar e colocou a caixa no meio da sala.
Antes que pudesse indagar qualquer coisa, o entregador, jovial, foi explicando:

A senhora nos desculpe. Era para entregar somente na véspera do Natal. Porém, hoje é o último dia de expediente no canil. Espero que a senhora não se importe.

Entregou-lhe um envelope, abriu a encomenda e retirou o presente: um filhote de cão Labrador.



A carta explica tudo - continuou o rapaz.
O cão foi comprado em Julho, quando a mãe dele estava prenhe.
Ele tem seis semanas de idade e é um cão doméstico.
A senhora espere um pouco que vou buscar o restante da encomenda.

Largou o cãozinho e ele foi se sentar aos pés de Stella, fungando feliz e olhando para ela.

O restante da encomenda era uma caixa enorme de alimentos para cães, uma correia e um livro “Como cuidar de seu cão Labrador”.

Stella continuava parada, estática. Acabara de reconhecer no envelope a letra de David.

Quando o entregador se foi, ela caminhou até à sua poltrona. Tremia toda.
O cãozinho ficou ali, olhando-a ainda com seus olhos castanhos, à espera de um afago.
A carta não era longa mas repassada de carinho.
David a escrevera antes de morrer e a deixara com o proprietário do canil. Era seu último presente de Natal.
Ele havia comprado o animal para lhe fazer companhia. A carta era cheia de amor e lhe dava ainda conselhos e incentivo para que fosse forte, até ao dia em que voltariam a ficar juntos, na espiritualidade.

Ela olhou para o cãozinho e estendeu a mão para o apanhar. Segurou-o nos braços. Pensou que fosse pesado, mas tinha o peso e tamanho da almofada do sofá.
O animalzinho de pelos castanhos lhe lambeu o queixo e se aninhou em seu pescoço.
Ela chorou de saudade. Ele ficou ali, quietinho.

- Então, criaturinha, aqui estamos você e eu.
O cachorrinho fungou, concordando, pondo sua língua rosada para fora.

Stella sorriu.
- Então, vamos para a cozinha fazer uma sopa?
O cãozinho latiu e abanou a cauda, como se tivesse entendido exactamente o sentido de cada uma das palavras.
E acompanhou Stella até a cozinha.

* * *

Na sua imensa sabedoria, Deus criou os animais para auxiliar o homem em suas tarefas, tanto quanto para lhe prover algumas necessidades.
Também para servir de amparo aos que andam sós, aos famintos de afecto.
Tornam-se muitas dessas criaturas, em sua missão de servirem ao homem, excelentes zeladores de vidas humanas.
Ao homem cabe amparar-lhes as vidas e retribuir-lhes com cuidados a atenção e devotamento.
São também eles a manifestação do amor de Deus na Terra.


Do livro “Histórias para o coração” capítulo “Entrega posterior”, de Alice Gray.



Alice Gray é uma conferencista de grande talento.
As suas palestras, ao longo de mais de 20 anos, têm sido ilustradas como histórias interessantes e de grande impacto.

É a organizadora da série Histórias Para o Coração, que já ultrapassou a marca de 5 milhões de exemplares publicados em seu país de origem (EUA).

Outros livros já publicados:
Histórias Para o Coração 2 e 3.
Histórias Para o Coração da Mulher,
Histórias para o Coração do Homem,
Histórias para o coração da Mãe,
Histórias Para o Coração do Professor,
Histórias para corações românticos,
Listas para aquecer o coração.