A PRÓXIMA POSTAGEM SERÁ NO DIA 16 DE DEZEMBRO
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

UMA PESCARIA INESQUECÍVEL

Para inaugurar o meu “Histórias de Encantar” não escolhi o mês de Abril por qualquer motivo especial.

Podemos, se sentirmos necessidade de arranjar uma justificação, dizer que…Abril é o mês quatro… ; “Histórias” é o quarto blogue em que tenho voz activa – A Casa da Mariquinhas, Sempre Jovens, Olhai os Lírios do Macuá, e, em quarto lugar, Histórias de Encantar.

A história escolhida também não tem nada a ver com o dia – 1º.de Abril, dito “dia das mentiras”.

Embora se trate de uma história de pescaria, as quais, tradicionalmente envolvem mentiras ou, no mínimo, um certo exagero, esta não é mentirosa nem exagerada.

É, sim, uma história muito bonita, que espero vos agrade.


Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.



A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.

Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.

Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.

O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe, exausto, da água.

Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.

O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.

O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.

Pouco mais de dez da noite...



Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

- Você tem que devolvê-lo, filho!
- Mas, papai, reclamou o menino.
- Vai aparecer outro, insistiu o pai.
- Não tão grande quanto este, choramingou a criança.



O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.
Voltou novamente o olhar para o pai.

Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.

O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.

Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.

O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.

Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.



Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de
CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.

A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.


James P. Lenfestey

A boa educação é como uma moeda de ouro:
TEM VALOR EM TODA PARTE.


14 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Primeiro? E eu que queria ser o quarto! ;)

Conheço essas pescarias de pai e filho, felizmente, hoje olho para elas e nem me lembro da seca que eram, pois permitia-nos conversar imenso.

Beijo!

Cândida Ribeiro disse...

Querida Manita,

De visita à tua nova casinha que está muito bonitinha.Parabéns!
Sei que vai ser um sucesso pois admiradores não te faltam…
As histórias lindas sempre me encantaram e quem não gosta de as ouvir. Hum, é uma boa oportunidade de deixar sair a nossa criança interior, que muitas vezes se encontra cá dentro aos saltos e não lhe damos atenção.
Gostei da história e lembrei-me de um amigo que há uns tempos atrás teve de deixar de pescar pois um belo dia um peixe, acabadinho de pescar, tinha falado com ele em tom de reprovação. Aconteceu várias vezes e acabava por libertar sempre o peixe, ele jurava isso a pés juntos, e para não ficar doido começou a ir pescar sem cana. Agora vê os peixes aos saltos e a sorrir. Dá para rir e para pensar!
Mil beijinhos
canduxa

J Araújo disse...

Ética, palavra um tanto usada para descrever as atitudes e ações.
Infelizmente, muitos dizem mas não pratica a ética, principalmente nos meios políticos.

Um excelente texto
Bj

Luis Ferreira disse...

Lindo momento... deixei-me levar pelo texto e naveguei nas tuas palavras, rasgando os meus sonhos.

Parabéns pelo texto

Luis

Meg disse...

Mariazita,

Quero antes de mais, dar-te os parabéns por este novo blog, que será mais um espaço que visitarei com gosto e muita estima por ti.

Quanto à moral da história de encantar, resumo-a nesta frase...
A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando..
E creio que fica tudo dito.

Um beijo

Daniel Costa disse...

Mariazita

Por causa de mudar o a TV, para a Clix, com dois PC's, só agora venho visitar o teu novo espaço.
Gostaria de ser dos primeiros a dizer-se que gostei do novo pedaço, o e template de fundo. Mas sobretudo do texto, que é uma lição de como deveriamos agir. Pesquei muito, e fui ensinado assim.
Quando se fala no peixe que foge, quando é que não é o maior? Até quando fui eu próprio protagonista!
Por isso julgo, que não será mentira, antes um desejo latente!
Beijinhos e parabéns amiga!
Daniel

singamaraja disse...

vISITING YOUR BLOGS

Adelaide disse...

Querida Mariazita,

Cheguei um pouquinho atrasada, já tinhas cortado a fita mas, não me esqueci. Às vezes a falta de tempo prega destas partidas. O que tenho a dizer é que tu tens umas ideias maravilhosas que encantam quem te visita. Eu não conhecia a história, por isso, adorei lê-la, admirei a bela lição de ética que ela dá a quem a lê. Nessta fase da nossa existência, qd há tanta falta de ética entre as pessoas e até entre Pais e filhos, esta tua história de encantar é de um valor incalculável.

Parabéns, continua que eu nunca faltarei aqui.

beijinhos
Milai/Mara

Mª João C.Martins disse...

Querida Mariazita...

Parabéns pelo teu novo espaço. Já percebi que promete...

A história que contas encerra várias e sublimes mensagens sobre: Ternura,tempo, companheirismo,comunicação, paciência, resignação e finalmente a ética.
Sendo a ética a ciência do agir, ela existe em tudo o que fazemos, está implicita nos nossos actos e fica sempre em nós, porque o acto fica em nós e não em quem nos observa.
A ética é sem duvida alguma o alicerce do carácter na plenitude do acto do ser humano enquanto tal. Educar éticamente... uma sabedoria rara, nos dias de hoje, mas cada vez mais urgênte!

Um beijinho muito grande
Voltarei sempre..sabes que sigo com interesse e carinho tudo o que escreves!

Francisco Sobreira disse...

Querida Maria,
Desculpe-me por não ter vindo aqui antes. Ocorreu que quando você me informou que havia construído uma nova Casa, este abestalhado não foi à pagina do PERFIL da sua primeira Casa, onde o seu novo espaço está linkado. Até cheguei a lhe enviar um e-mail, pedindo o endereço eletrônico dele. Mas agora agi certo e marcando presença (Deus me livre de eu ser reprovado, rs). E voce estreia com uma bela história de respeito à lei, uma coisa que não é praticada por boa parte da população. Parabéns. Um beijo carinhoso.

Pena disse...

Estimada Amiga:
Uma mensagem de ética exemplar e admirável.
Uma escrita cristalina. Pura. Sensível de pureza e beleza.
Se toda a Humanidade fosse assim...em actos...condutas...
Brilhante.
A sua ternura em actos destes fascina.
Parabéns sinceros Adorei!
Beijinhos amigos com respeito pela sua enorme significação pessoal, social e humana.
OBRIGADO pela sua amabilidade no meu blog.
Grato e com uma admiração imensa...

pena

Fantástico, amiga!

antonio Gallobar disse...

Um maravilhoso texto, muitos parabens pelo blog, vou voltar certamente adorei.

Muitos parabens

Antonio Gallobar

Unknown disse...

Mariazita querida,

Com este conto fêz-nos lembrar da tal ética, palavrinha que a meu ver está impressa apenas no dicionário, porque na vida real ela é pouco usada né não amiga?
Os políticos nos dão lição contrária à ela...

Quanto a história amiga, esse garoto teve a seu lado alguém que entendia de ética e soube passá-la ao filho com louvor.
Parabéns pelo blog e sua nova casa.

Acabei de ler a Flôr de Lótus, assim como essa eu já a conhecia, lindo conto budista, gosto muito da sabedoria dos monges, sempre uma lição de vida e amor.

PS: Mas sabe minha querida Mariazita, arrumastes pra cabeça rss, como consegues cuidar de quatro blogs? Eu mal consigo cuidar de unzinho, ai ai haja fôlego heim?
Desejo muita festa e fico na espectativa de muitas outras histórias por aqui, quem vai gostar somos nós he he he

Beijos e carinhos da Jady.

Unknown disse...

Ops, Olha o aurelio aqui...rss
Corrigindo... *EXPECTATIVA

Mais beijitos pra tí,

Tua amiga Jady